Brasileira que já serviu ao exército israelense teme expansão da guerra: 'a gente quer é viver em paz'

  • 15/04/2024
(Foto: Reprodução)
Bianca Sacks, de 30 anos, vive em Tel Aviv desde 2017. Ela contou estar em segurança, mas teme que o envolvimento de outros países cause consequências negativas. Bianca ficou abrigada em bunker em outubro do ano passado, época em que o Hamas bombardeou rave na fronteira com a Faixa de Gaza (foto à direita) Arquivo pessoal A brasileira Bianca Sacks, de 30 anos, que vive em Tel Aviv, em Israel, disse temer que a guerra cresça a ponto de causar mais mortes e destruição. Ao g1, nesta segunda-feira (15), a ex-moradora de Santos, no litoral de São Paulo, disse que não há vencedores em conflitos desse tipo. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Bianca, que serviu o exército israelense entre 2019 e 2020, vive com o namorado no país há sete anos. Segundo a jovem, as ruas de Tel Aviv seguem cheias mesmo após os ataques do Irã, que lançou 300 mísseis e drones na noite do último sábado (13). Depois dos jornais locais anunciarem sobre o lançamento dos mísseis iranianos, a jovem contou ter aumentado o volume do celular para ouvir alertas do governo de Israel. "Tem o aplicativo que apita quando tem sirene e você tem que correr para o bunker [estrutura construída para resistir a projéteis de guerra]”, contou. De acordo com ela, há um bunker no subsolo do prédio onde mora. "Em outubro íamos 2 ou 3 vezes por dia pelo menos. Aí a frequência foi diminuindo", disse. “Na rua, você encontra vários [bunkers]. Se você abrir o Google Maps, aparecem várias opções de bunkers também caso você não esteja em casa”. Sentimento Bianca nasceu em São Paulo, mas morou em Santos por uma década, dos 13 aos 23 anos. Os pais dela vivem preocupados com as notícias de conflitos e ataques em Israel. A jovem recordou que estava em casa em 7 de outubro de 2023, quando o grupo extremista Hamas invadiu e atacou uma festa eletrônica próximo à Faixa de Gaza, e mais de 250 pessoas foram mortas, ela não sabia se deveria ou não deixar o apartamento para buscar um abrigo seguro. “A sensação de pânico daquela vez foi bem pior. Inclusive, eu estava em casa, relativamente segura. Mas o sentimento de incerteza foi bem maior”. Apesar de tudo, ela disse confiar no sistema de defesa israelense, que se preparou para os mísseis iranianos previamente. Por ora, ela não tem planos de retornar ao Brasil. “O meu medo é que a guerra cresça de uma forma que vá causar mais mortes, mais destruição. Porque aqui o que a gente quer é viver em paz”. O ataque Artefatos caindo sob Jerusalém REUTERS/Ronen Zvulun Na manhã de sábado, o Irã apreendeu um navio português e disse que a embarcação é ligada a Israel. A ação iraniana aumentou as especulações sobre a iminência de um ataque contra Israel. ▶️️ Tarde de sábado: Na expectativa de um ataque, as Forças de Defesa de Israel ordenaram a suspensão de aulas em todo o país e a restrição de aglomerações. Poucas horas depois, os militares afirmaram que o Irã havia lançado o ataque, enviando dezenas de drones para Israel. Os drones não são tão rápidos quanto mísseis. Àquela altura, as autoridades sabiam que as aeronaves não tripuladas demorariam horas para chegar até Israel. Entenda a linha do tempo da escalada de tensões entre Irã e Israel ▶️️ Preparação: Enquanto o ataque não chegava em solo israelense efetivamente, diversas ações foram tomadas. Entre elas: O espaço aéreo foi fechado no Iraque, Líbano e Israel; Israel posicionou caças e efetivo militar para conseguir derrubar os drones antes que eles atingissem os alvos; sirenes foram acionadas em algumas regiões de Israel, alertando a população sobre o ataque. ▶️️ Aproximação: No caminho até o território israelense, parte dos drones foi derrubada por aeronaves de Israel, dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Jordânia. Por volta das 19h (horário de Brasília), ainda antes de os artefatos chegarem a Israel, a missão do Irã na ONU afirmou que o ataque estava encerrado, referindo-se a ele com uma "ação legítima". "O assunto pode ser considerado encerrado. Contudo, se o regime israelense cometer outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa", escreveu o perfil da missão do Irã na ONU em uma rede social. Além disso, o Irã confirmou que também havia lançado mísseis contra Israel. Ao todo, foram mais de 300 artefatos, entre drones e mísseis de cruzeiro e balísticos. Irã dispara drones contra Israel Arte/g1 ▶️️ Explosões: Começaram a ser ouvidas em Jerusalém às 20h, pelo horário de Brasília. Imagens registraram drones sendo interceptados e destruídos pelas forças israelenses ainda no ar. ▶️️ Defesa: De acordo com o jornal "The Jerusalem Post", o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, afirmou que quase todos os drones foram derrubados por caças. Israel também acionou o chamado "Domo de Ferro", que consegue interceptar artefatos ainda no ar e explodi-los. No entanto, uma agência estatal de notícias iraniana afirmou que mísseis lançados pelo país ultrapassaram a proteção. Pouco depois das 20h, no horário de Brasília, as Forças de Defesa de Israel informaram que os moradores de Israel não precisavam mais se abrigar. Em Teerã, capital do Irã houve comemoração durante o ataque. Como funciona o Domo de Ferro Arte/g1 ▶️️ Vítima: O serviço nacional de emergência médica de Israel informou que uma menina de 10 anos ficou gravemente ferida, no deserto de Negev, por estilhaços de um artefato para interceptar drones. Até a última atualização desta reportagem não havia informações sobre a existência de outros feridos. A agência de notícias Associated Press informou que essa foi primeira vez que em o Irã lançou um ataque militar direto a Israel, apesar de mais de quatro décadas de uma inimizade que remonta à Revolução Islâmica de 1979. Motivo O ataque é uma retaliação do Irã contra Israel. Em 1º de abril, a embaixada iraniana na cidade de Damasco, na Síria, foi atingida. Treze pessoas foram mortas, incluindo o brigadeiro-general Mohammad Reza Zahedi, uma figura importante da força Quds, o ramo estrangeiro da elite da Guarda Republicana do Irã. Israel não reivindicou o ataque. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, disse que "os avisos necessários foram dados aos Estados Unidos" sobre o ataque de retaliação. Após o Irã colocar os drones no ar, a Casa Branca chegou a afirmar que o ataque se desenrolaria por horas, o que não aconteceu. Conheça o drone Shahed-136, utilizado pelo Irã para atacar Israel. Arte/g1 VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos

FONTE: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2024/04/15/brasileira-que-ja-serviu-ao-exercito-israelense-teme-expansao-da-guerra-a-gente-quer-e-viver-em-paz.ghtml


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